quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Absurdidades

Um monte de perspectivas aliadas a expectativas inexatas que
operam as ciências peculiares
com propósito nulos agentes em um elenco parado que observa atentamente
um projeto atemporal impossível de
ser alcançado.


Várias explicações pra visões deturpadas escritas em eufemismos
ou
hibérboles
ou
hipocrisias insensatas estabelecidas por sociedades diminuídas
por críticas diminutas de perspectivas novamente absurdas.


Inoperações emblemáticas descritas em canduras de histórias novamente absurdas desencadeadas em efeitos irreversíveis
e imprevisíveis
e invisíveis
mas vendidos como
imprescindíveis.

Imprecisos. Precisos.
Preciso.
Mentira.

Sou metade de mim mesmo.
Metade de um completo que se complementa.
Inteiro completado por duas metades que não se conhecem.
Mas que não se separam.

Sou o que completa minha outra metade.
A metade que é minha e é inteira.
A metade que mente uma verdade.
Que se divide pra se completar novamente.
E é incompleto sendo inteiro.
Não quero pedaços.
Não quero uma metade que me complete.
Quero um inteiro que me transborde.

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Eu acredito em nada.


Eu acredito em nada.
E acredito em tudo também. Afinal, tudo e nada é mesma coisa. Só têm nomes diferentes, mas são a mesma coisa.
Todo mundo é tudo. E todo mundo é nada. A essa altura não é mais necessário falar dos dois tempo inteiro. Vamos chamar essa dicotomia apenas de nada. Soa mais dramático.
Todo mundo é nada. Todo mundo é preenchido por apenas uma certeza no mundo: a de ser nada. A de ser tanta coisa, em tanta visão diferentes, tantos orgulhos diferentes, tantas referências, deficiências, necessidades, medos e carências diferentes, pra no fim sermos a mesma coisa. Só mais um punhado de nada.
O problema é que não aceitamos ser nada. Só pensamos em ser tudo. Em ter tudo. Em conquistar tudo.
Se aceitarmos a primeira afirmativa do texto, já poderíamos dormir tranquilo, pois finalmente atingimos nosso objetivo.
Objetivo é processo. Não é destino.
Ninguém alcança nenhum objetivo. Só usamos essa desculpa pra nos manter ocupados. E logo ter a certeza de algum outro objetivo. E fingir que é esse o ciclo da vida.
O bom de ser nada é pararmos de criar expectativas. São as expectativas que nos fazer perder a tranquilidade na hora de colocar a cabeça no travesseiro. Sempre estaremos frustrados.
A menos que você aceite ser nada. Você já é tudo, não tem mais com o que se preocupar. Nem esperar. E nem se frustrar.

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Baixa


Baixa imunidade.
Tudo muda, tudo circula. Mas ainda não sou imune a quem deveria ser.
Baixa felicidade.
Todas as faces viradas pra mim e ninguém me vê.
Baixa concentração. Baixa auto estima.
Baixa.
Abaixa um pouco e me tira do chão.
Me pega e me leva aí pra cima. Pro alto com você.
Me leva porque já aguento mais cair por qualquer esbarrão.

segunda-feira, 14 de maio de 2012

Promoção


Tá difícil decidir se esse o medo-assustador-absurdo-irreparável de conhecer alguém – ou melhor, conhecer alguém que esteja disponível e disposto a me conhecer também – é sabotagem do destino ou se é sabotagem de mim mesmo.
Não que eu não tenha conhecido ninguém. Não por isso. Minha cama (ou a cama deles) é bem freqüentável. Não me chame de puta. Mas eu sou uma pessoa freqüentável. Eu acho. Mas os pequenos detalhes (tá, às vezes nem tão pequenos assim) que são aqueles que todo mundo diz que deveriam ser os maiores atrativos, só conseguem me irritar. E muito.
O dedo do meio do pé do cara é maior que o dedão. Ele não faz idéia de quem seja Tintim. Seu hobby predileto é vodka na balada todo fim de semana. Comprou o cd do Pedro Paulo e Matheus. A viagem dos sonhos é conhecer Uberlândia. Não tem onde cair morto. Prefere filmes dublados.
E vários outros pequenos detalhes que fazem qualquer um morrer de amor. Ou enfiar uma faca no olho.
Não que eu seja o melhor partido da cidade. Sei que não sou. Mas me vejo tão desesperado em me conectar e ao mesmo tempo tão amedrontado de liberar a senha da minha wifi, que essas coisinhas me tiram do sério. Sério.
É como aquela loja maravilhosa que tá em promoção. Você entra e até encontra algumas roupas bem baratas que, de longe, parecem seu número, mas que de perto, com certeza sabe a coreô de ‘quero tchu, quero tcha’, entende?
Mas lá no fundo, ali, bem escondidinho, tem a roupa dos sonhos. Aquela que é seu número. Que tem um bom caimento. Que é de um tecido bom na pele. Que tem a barba por fazer e um gosto musical incrível. Adivinha se ela tá na promoção? Adivinha se seu bolso consegue levar aquela roupa linda e maravilhosa pra cama? Claro que não.
A única maldita peça de toda a loja que não tá 80% off é que a mais te atrai. E é também a que mais de aperta o bolso. Ou a cueca, fugindo da metáfora.
E no fim, você acaba levando várias peças daquela roupa barata que não é exatamente o que você queria. Leva pra casa e antes mesmo de chegar a vestí-la por inteiro já se arrepende de ter 'dado uma chance'.
A roupa desbota na primeira lavagem. A roupa perde os botões. O corte tá horrível. E ela nem sabe beijar direito! 
Mas não tem problema, não. 
Um dia eu vou ser a peça escolhida a dedo e nem serei uma dessas que estava na promoção.
Assim espero.

segunda-feira, 30 de abril de 2012

Meu Pau

Essa coisa de querer só meu pau é bom, sabe?

Não tem que me ouvir falar.
Falar. Falar. Falar.
Meu pau não pensa.
Meu pau não fica triste.
Meu pau não discute relação.
Meu pau é mais bonito que eu.
Meu pau não gasta.
Meu pau não exige atenção em tempo integral.

As pessoas deviam pensar mais nisso antes de querer me conhecer melhor.

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Se palavras fossem suficiente, louvado seria o dicionário.

Palavras..palavras...palavras....

Eu sei, as amo. Mas meu senso-irreal-empírico-sensorial diz que deveira adorar os gestos. Mas não consigo! Elas me prendem! Me seguram. Me sugam. Não me abandonam.
Ou melhor, eu não as abandono.

Digo coisas que na verdade não sei se deveria dizer, não sei se saberia dizer.. Mas sou teimoso! E digo.
Digo o que não sigo, faço o que não falo e sinto o que não vivo.

Mas digo, sigo, falo, vivo e penso.

Louvado seria ele e ele não sabe que o é.



Mas é e ponto final.

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Cansei

Queria aprender a voar. Voar alto. Como que fugindo sem volta.
Voar pra algum lugar onde a gente possa viver sem escolta.
Onde o sol possa passar por entre as venezianas semi-abertas que me protege daquele domingo entedioso lá fora.
E chegar na janela, olhar as árvores e saber que aquilo é uma prova de não estou sozinho.
Queria chegar nas nuvens e imaginar as formas que se formam lá embaixo.
Um outro ponto de vista. Cansei de olhar pelo chão.
Às vezes o Prozac natural que já é meu falha.

Tô fraco

Tá aberto. A imunidade ta baixa. Tudo quanto é ferida aflora.
A imunidade da alma enfraqueceu.
A sensação de impotência já não é só uma sensação. É um fardo.
E dos pesados.
Sinto um vazio que ninguém nunca poderá preencher. Apenas eu posso fazer isso.
Mas não sei se quero. E tenho dúvidas se posso.
Acho que não. Pra nenhuma dessas dúvidas.