quarta-feira, 14 de setembro de 2011

A Busca

E abriu a porta com cuidado e logo a luz da sala escorreu por todo quarto até então escuro. O frio gélido na espinha lembrou aquele já sentido num momento de adrenalina. "Não deve ser tão ruim assim", pensou. A luz amarelada do outro cômodo agora era diferente. Parecia dançar nas paredes. Revolver como fogo por entre seus olhos. Não sentia frio, não sentia calor, não ouvi nenhum som, nem mesmo sabia em que posição estava. Sentia ar. Mas era diferente daquele costumeiro ar que passara por entre seus pulmões. Era um ar que não podia ser tocado. Mas que podia ser sentido. 
Os olhos ziguezagueavam dentro de suas órbitas. Era a única linguagem que aquele pedaço de matéria quase inanimada conseguia tentar expressar. Mas nada podia ouvir. E num último senso de consciência, fechou os olhos e deixou que a porta se fechasse novamente e que a escuridão  tomasse conta daquela singela luz dançante.

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Dirty Lusíadas

Oi. 
Poderia eu fazer-te companhia até que o luar dissipe seus raios prateados sobre nós?
Ou poderia eu, convidar-te a um passeio animado aos campos de lírios, orvalhado pelo suor de nossos corpos dançando?
Afastaremos juntos, qualquer desavença com o prazer. 
Ascenderemos juntos a esse extremo, com suas vigas firmes preenchendo meus lábios.
Recheando de leveza a boca, essa que sentirá atração espontânea de inundar de pele a sua. 
De dividir nosso líquido, enlaçando nossas línguas em um duelo.
E no ritmo dançante daquela que construiu um pouco de seu extremo com latinhas no cabelo, olharemos um pro outro e fingiremos que meu objetivo é meu fim.